Peter Hujar, Boy on Raft, 1978.
From the underground art star, a delicate picture of youth
Do artista underground, uma delicada imagem da juventude
- Joel Smith.
No inicio dos anos 70, em NY, Peter Hujar fechou o estudio comercial em que ele vinha trabalhando por alguns anos na Madison Square e se mudou para o loft que ele chamaria de lar pelo resto da vida, em East Village, e deu as costas para as atribulações da fotografia de moda. Seu status como um artista underground se refere ao que ele chamava de “trabalho pessoal”, o que o consumiu desse momento em diante, até sua morte em 1987. Eram particularmente retratos de artistas famosos e nao famosos de sua geração, que moravam no centro da cidade (o que, segundo alguns, foram os ultimos).

Mas associar o trabalho de Hujar unicamente a retratos significa perder uma obra profunda e variada. Alem de ser um retratista que fez outros trabalhos alem de retratos, ele era um artista bem equilibrado, para quem o trabalho com retratos forneceu uma ancora moral: sua maneira de fazer arte envolvia fixar e enquadrar um momento de intensa identificação com o assunto. A assinatura emocional de Hujar era a empatia, estivesse ele fotografando uma drag em estudio, a superfície do rio Hudson ou um cubo de ferro velho compactado.

Hujar fotografou este adolescente em um pedaço de isopor na costa italiana no verão de 78. Observando a folha de contato (uma das 57.000 de Hujar, no Morgan Library & Museum) revela que o artista e o assunto ocuparam espaços separados: Hujar estava passeando, observando o movimento dos locais na praia de pedra abaixo dele. O garoto, que aparece em apenas um quadro, marcado com um ponto vermelho está entre os elementos, mas para a câmera, dá apenas um profundo sombreado transversal. A anonimidade faz com que se possa enxergar em Hujar tanto desejo quanto projeção. Um auto retrato como um jovem em uma jangada precária.

Hujar tinha 43 anos naquele verão, com um livro publicado em seu nome (o super negligenciado Portraits in Life and Death, de 1976), e naquele momento ele estava totalmente ciente que o lento amadurecimento de sua arte o tinha deixado para trás de colegas artisticamente ambiciosos como Robert Mapplethorpe. Mas ali, debaixo da luz natural aquecida de um lugar em que ninguém o conhecia, ele estava na seu mais livre e mais completa força, e o mundo de beleza era a sua "ostra"
tradução livre por débora peroni. por favor, me informe caso tenha correções ou sugestões para contribuir na tradução deste artigo. artigo retirado da revista aperture edição 228. 
Peter Hujar -
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