Gonçalo Cunha de Sá's profile

Roadtrip - Croatia, Zagreb

Zagreb. Capital e maior cidade da Croácia, a única a ultrapassar o milhão de habitantes. Está situada na encosta sul da montanha Medvednica e cercada a norte e a sul pelos bancos do rio Sava. 
Entrei em Zagreb no espalhafato do peregrino andarilho que carrega os seus trapos atados a cordel num saco volumoso. O andarilho é um calcorreador de experiências e vivências que guarda no olhar um sorriso, um convite, um desejo e uma troca. É alvo de olhares pois é a reminiscência do nómada que todas as pessoas secretamente invejam e acreditam mais próximo do Nirvana, apesar de lhes repudiar a falta de comodidade e ar meio andrajoso...
Dirigi-me ao largo da Catedral que usei como ponto de orientação para chegar ao Carpe Diem, o albergue da juventude onde fiquei hospedado. O Carpe Diem é gerido por gente jovem, na casa dos vintes, e primam por um ambiente familiar e descontraído. Fui recebido como se tivesse chegado a casa de uns amigos de longa data. 
Finalmente ia conhecer a Dijana.  A Dijana é uma médica que se apaixonou por motas e por viajar de mota. Quando soube da minha viagem acompanhou todos os passos ajudando-me a decidir os locais a visitar, pôs em marcha os seus amigos para me ajudarem (que fui conhecendo pelo caminho), aconselhou albergues e demais locais onde ficar a dormir, restaurantes a não perder, etc. Regresso ao largo da Catedral para a ir buscar e visitarmos a cidade antes de jantar.
Zagreb é uma cidade bastante pacata e muito bonita. 
Gosto de visitar o mesmo local de dia e de noite pois o mesmo sítio tem outra vida quando iluminado pelo sol ou pelo tungsténio. À noite os candeeiros desenham sombras ora assustadoras ora românticas, muitas das vezes imaginadas pela nossa visão mais turva, e “todos os gatos são pardos”. E assim foi na minha primeira noite em Zagreb. Depois de calcorrearmos a cidade e termos andado perdidos, sentámo-nos para jantar no primeiro restaurante que nos apareceu, onde avidamente matamos a sede dos últimos quilómetros corridos já no escuro das ruas. De regresso ao albergue sentámo-nos numas escadas à saída de um restaurante onde se cantavam umas canções tradicionais que me lembraram o fado lisboeta. A gerente do restaurante, ao ver dois bons apreciadores da música sentados no cimo das escadas, convidou-nos a entrar. Como não aceitássemos logo, regressou com duas cervejas e fez-nos companhia a fumar um cigarro. Claro que acabámos por entrar e beber uns shots e passar uma noite muito divertida. No dia seguinte voltamos a passear pela cidade, ressacámos no mercado – gosto sempre de visitar os mercados e feiras – e subimos até Medvednica à procura da vista sobre a cidade prometida pelo Lonely Planet. Regressamos ao Carpe Diem onde ficámos a jantar em animada cavaqueira com os nossos novos amigos.
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