Depois do Rover 216 Sportcoupé que marcou o início da Photorevvin’ nas sessões fotográficas individuais, atravessamos o Canal da Mancha em direcção ao país das baguettes, da Torre Eiffel, mulheres bonitas e… hot-hatches muito competentes. França, claro está.
 
      Os gostos automóveis, de facto, têm muito que se lhe diga, e é fácil ganhar empatia com pessoas com quem se partilham algumas paixões. Nesta equipa de apenas duas pessoas, que constitui a Photorevvin’, sempre considerámos o Renault Clio como um “package” muito interessante em vários aspectos, principalmente no que toca à estética e dinâmica. Nesse sentido, já há algum tempo que procurávamos um Clio vitaminado para uma sessão e conseguimos chegar ao muito bem estimado RS172 Phase 1 do Luís, que não só se encontra num estado já difícil de encontrar nestes modelos, como possui os toques OEM+ certos para reforçar um comportamento já de si muito eficaz.
 
      Quando questionado sobre o porquê de ter optado por um 172 Phase 1, em vez de um Phase 2, que acaba por ser mais comum em território nacional, o Luís referiu, para nosso espanto…
 
“Eu só tinha a ideia de comprar um dCi, até.”
 
      Portanto, uma compra que nada tem a ver com a razão, mas com o coração, um “desvio” comum num verdadeiro petrolhead quando o prazer ao volante passa a ser um critério a pesar.
 
“E até agora, foram 5 anos sem quaisquer problemas a nível mecânico.”
 
      Elogiando a fiabilidade do pocket-rocket gaulês com mais de 185000km, presentemente.
 
      Face ao bom comportamento da “powerplant”, o Luís iniciou um processo de upgrades ao Clio, “com vista a poder aproveitar mais o carro, mas mantendo um aspecto o mais stock possível”, afirma.
 
      Se, inicialmente, o plano passava pela aquisição de umas OZ Superleggera, cuja resistência e leveza estão mais que provadas, surgiu a oportunidade de subir um tamanho nas jantes originais, as não menos conhecidas OZ F1, agora em 16 polegadas… E a troca, principalmente no plano estético, valeu muito a pena. As cavas ficam bem melhor preenchidas, e os Continental SportContact 3 na medida 195/45R16 asseguram que o carro se mantém sempre na rota certa. Juntando a isso os amortecedores do 172 Cup com molas Eibach Pro Kit, o resultado é um conjunto que aproveita bem melhor o excelente chassis destes carros. Nas sempre retorcidas curvas da Lagoa Azul, não conseguimos deixá-lo para trás uma única vez.
 
      Porém, e tendo sempre o objectivo de criar um RS ao seu gosto, o Luís não ficou por aqui. Na tentativa de melhorar a posição de condução, “que nestes carros, parece nunca ser perfeita”, frisa, adquiriu um volante OMP Corsica de 330mm, e a diferença é, de facto, abismal. Na curta experiência de condução que tivemos, torna-se bem mais fácil andar com o banco mais descido, e acima de tudo bem mais recuado, melhorando substancialmente a postura em condução desportiva.
 
      Finalmente, e para pôr o motor F4R a respirar melhor, montou-se um filtro BMC CDA, cujo gargarejar em aceleração se torna viciante de ouvir.
Sintra
 
      Começámos aqui a sessão, bem à entrada desta sempre especial vila, aproveitando um spot frequente em encontros automóveis e que tanto incentiva a tirar fotos. Foi aqui que o Luís começou a contar-nos os pormenores da história que tem com este carro e rapidamente se percebeu que este projecto foi bem pensado desde o início. Todas as alterações efectuadas no Clio cumprem uma função e torna-se entusiasmante ouvir o que o Luís tem a dizer sobre o RS.
 
      A conversa vai-se desenrolando e confirma-se, este carro, com um dono tão devoto e, acima de tudo, tão entendido neste modelo, está muito, muito bem entregue. 
      A fome já aperta no entanto, pelo que seguimos para um restaurante nas proximidades.
 
      Aguarda-nos um rodízio de comida italiana, acompanhado de muita conversa de carácter “petrolheadístico”.
Lagoa Azul
 
      É de barriga bem cheia que entramos nos respectivos carros e seguimos para uma das estradas mais entusiasmantes da zona, outrora anfiteatro do Rali de Portugal. As sucessivas curvas entusiasmam, mas eventualmente paramos para mais umas fotos, acompanhadas do som de metal a arrefecer proveniente do motor do Clio.
 
      O cinza prata do 172 encaixou surpreendentemente bem com a farta vegetação do spot escolhido. Está frio, mas só queremos continuar a fotografar. Segue desde já um pedido de desculpas aos condutores a quem atrasámos a viagem. O constante manobrar do carro para a berma da estrada acaba por resultar numa hesitação do Clio em pegar a quente.
 
      “É melhor deixares o carro ligado”, o que não só diminuiu o tempo de retirada do carro “do meio da rua”, como evitou outros dissabores. Afinal de contas, o Luís ainda ia trabalhar, e este 172 é um daily puro e duro.

“Ok, por aqui estamos despachados”.

      Tempo de rumar ao último spot do dia, a ritmo... interessante.
 
Guincho
 
      Este paraíso, à beira mar plantado, parece ter nascido para fotografar automóveis. E o clima por aqui encontrava-se estranhamente convidativo. Arriscamos dizer que foi o primeiro dia sem vento que alguma vez apanhámos no Guincho, independentemente da estação do ano. Queremos acreditar que até S.Pedro gosta dos Clio RS.
 
      Paramos num parque de estacionamento, já a tarde vai a meio. E estamos cada vez mais rendidos ao 172. O carro inspira tanto ou mais que a paisagem circundante, há que tirar mais fotos.
 
      Perto de nós encontram-se algumas pessoas numa aula de Tai Chi. Perguntamo-nos se é preferível atingir o relaxamento a que a actividade convida ou ter o coração a bater mais rápido depois de umas curvas a bom ritmo.
 
      Pois, que se lixe o Tai Chi, hoje fotografamos a completa antítese de tranquilidade. E ainda bem.
      Começa a fazer-se tarde, a hora de ponta está quase aí e queremos deixar Cascais e a capital antes de sermos imersos na confusão. Rodamos em faixas separadas, e o Clio é um excelente carro para ter no espelho retrovisor, da mesma forma que é um excelente carro para ter à frente de uma máquina fotográfica, principalmente com o cuidado que o Luís tem na sua conservação.
 
      Seguimos para direcções distintas, mas queremos voltar a encontrar-nos com estes dois.
 
      Adeus Luís, adeus Clio, obrigado pelo dia que nos proporcionaram! 
The French Hottie
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From the land of omelette du fromage, we present you The French Hottie.

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