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Pesquisa Repensando HIS

REPENSANDO HIS
as habitações de interesse social como agentes de transformação do espaço urbano
Pesquisadora especialista CNPQ
 
A pesquisa Moradia e Tecnologia Social possibilitou à equipe da Rede Finep aprofundar uma série de reflexões sobre o potencial das Habitações de Interesse Social (HIS) como agentes de transformação do espaço urbano e indutoras de uma renovação na forma de construir e de transmitir conhecimento.
 
A equipe propõe uma nova maneira de projetar e construir, utilizando um vocabulário contemporâneo e substituindo a construção tradicional por um processo de montagem aberto à participação dos  agentes que atuam no planejamento e construção das HIS, na industrialização dos seus componentes, na produção dos materiais nelas utilizados e também à população a que se destinam.
 
As primeiras ideias sobre o papel das HIS como instrumento de reorganização espacial surgiram durante a elaboração do Plano Diretor Sócio Espacial da Rocinha (2005 a 2007), ao percebermos que as HIS poderiam ter sua função ampliada para  proporcionar, além de moradia, a reorganização do espaço urbano, combatendo a excessiva ocupação do solo, criando novos espaços públicos, melhorando a mobilidade e as condições sanitárias da favela, com um mínimo de desapropriações.
 
http://labhab24ts.wix.com/redemorarts
àrea de estudo
Com a criação da Rede FINEP, formada pelas universidades UFGRS, UFAL, UFCG, UFMG, UFPEL, UFRJ, USP e pela FIOCRUZ, o tema Tecnologia Social / HIS passou, mais uma vez, a ser discutido pela academia a nível nacional. Coube à UFRJ contribuir para essa discussão em dois níveis: no plano teórico, participando da construção conceitual do binômio “Tecnologia Social / HIS” e, no campo da prática, projetando um conjunto de tipos de HIS caracterizados, tanto por sua sustentabilidade, como pela capacidade de reestruturar a ocupação do território onde serão implantadas.
 
Com base nesses princípios e tendo a favela da Rocinha como cenário, foram projetados 14 tipos de HIS assim distribuídos: 
Os programas arquitetônicos dos diferentes tipos variam desde um estúdio de 22m², a apartamentos de quatro quartos de 85m², estudados para atender aos diversos tamanhos e composições familiares. Foram projetados de modo a dar às unidades habitacionais a maior flexibilidade, admitindo diversos arranjos dos cômodos em uma mesma edificação e, no caso das HIS evolutivas, o aumento de área das unidades. 
Escalas de intervenção
 
s intervenções em favelas não devem ser sinônimo de remoção ou substituição integral do seu tecido viário.  Macro e micro intervenções cabem em sua urbanização.  Os tipos  projetados se adequam a cada uma dessas escalas. Nas macro intervenções, como o alargamento de vias, localizamos as edificações mais altas, e nas micro intervenções, as de menor gabarito.
 
 
Em ambas as escalas, as edificações tem por objetivo proporcionar habitação de qualidade à população, contribuir para a produção de espaços públicos e melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade. Todos os tipos estudados observaram critérios de sustentabilidade, dispondo de placas de captação de energia solar, terraços verdes, previsão de reuso das águas pluviais etc. 
Flexibilidade arquitetônica através da modulação
 
A adoção de uma arquitetura modular conferiu aos tipos estudados um alto grau de flexibilidade programática e construtiva, permitindo plantas variadas numa mesma edificação e facilitando a incorporação às HIS de componentes industrializados, sejam eles estruturais (pilares, vigas e lajes), painéis de fachada, paredes internas, entre outros.
Processo construtivo
 
A incorporação de avanços tecnológicos nas HIS exigem novas processos construtivos. O método  proposto baseia-se na montagem de sistemas estruturais e componentes arquitetônicos industrializados, reduzindo o tempo de construção, evitando desperdícios de materiais e melhorando a qualidade da obra.
 
Na pesquisa, projeto e modo de construir caminharam juntos. Influenciados pela obra de Lelé, idealizamos a Montadora de HIS, inspirada na “Fabrica de Escolas” por ele criada no Rio de Janeiro, durante o Governo Brizola, com uma diferença: enquanto o modelo de Lelé pode ser caracterizaco como um sistema fechado, onde o arquiteto-fabricante-construtor projeta, controla, fabrica e monta grande parte dos componentes da obra, o nosso é um sistema aberto, que busca no mercado componentes industrializados, sejam eles já existentes ou que venham a ser fabricados para atender ao modelo proposto.
 
Pesquisa Repensando HIS
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Pesquisa Repensando HIS

Pesquisa Finep - Rede Morar TS - núcleo UFRJ

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