Crítica: Shazam!

Um Super-herói nada convencional

Humor inocente e com uma pequena carga dramática

Dirigido por David F. Sandberg, Shazam! foge completamente da linha assustadora de Annabelle 2 - A criação do mal, do mesmo diretor. Ao contrário da grande maioria dos filmes de super-herói, o longa se destaca ao abordar a transformação de um adolescente comum de 14 anos em herói adulto com uma grande responsabilidade nas costas: salvar o planeta dos sete pecados capitais. Zachary Levi passa com sucesso a imagem de um adolescente preso num corpo adulto com  o poder de fazer tudo o que a pouca idade não permite.

Após receber de um antigo mago (Djimon Honsou) o poder de se transformar em um super-herói adulto, Billy Batson (Asher Angel), de 14 anos, precisa aprender a utilizar seus poderes de forma correta para enfrentar o vilão Thaddeus Sivana (Mark Strong). Para isso, trabalha dia após dia ao lado de seu melhor amigo e irmão adotivo Freddy (Jack Dylan Grazer) para descobrir o que é capaz de fazer. Shazam! é repleto de cenas divertidas, a que os irmãos gravam vídeos com os poderes de Shazam merece destaque.

Com forte apelo emocional, o roteiro assinado por Henry Gayden, com história do próprio Gayden em conjunto com Darren Lemke, evidencia uma problemática bem atual: como a ausência ou rejeição dos pais afetam na formação do caráter. Billy ter se perdido da mãe e a rejeição que Thaddeus sofreu pelo pai durante a infância, foram os pontos responsáveis pela criação das personalidades de ambos, transformando-os em herói e vilão. Além disso, a adoção e o conceito de família também são postos em evidência e promovem uma profunda reflexão sobre o verdadeiro significado de família e o que suas relações envolvem.

A imagem juvenil que David cria se sustenta, durante todo o filme, pela linguagem e atitudes inocentes dos personagens. Se comparado a filmes recentes do gênero, recheados de palavrões e piadas com duplo sentido, o longa chega a parecer bobo demais (de forma positiva). Afinal, o corpo é de um adulto, mas o herói só tem 14 anos. A trilha sonora animada e repleta de canções famosas dão um toque familiar à trama, que além de trazer "Eye of the tiger", da banda Survivors, faz diversas referências a "I believe I can fly", de R. Kelly.

O elenco traz uma mistura de grandes veteranos do cinema e novos rostos tão eficientes quanto. Vale destacar o entrosamento e a bela equipe que as crianças e adolescentes da família Vasquez formam. Em especial Faithe Herman, que interpreta Darla, a irmã mais nova de Billy. Em vários momentos a pequena rouba a cena por sua boa desenvoltura e carisma. É perceptível que essas qualidades não fazem parte apenas da atuação, e sim características da própria Faithe, que com certeza terá um brilhante futuro como atriz.

Shazam! trouxe uma leveza que há muito tempo não era vista em filmes de super- herói. Apesar da clássica responsabilidade final de derrotar o vilão ser a mesma de sempre, a valorização do trabalho em equipe ajudou a atribuir um toque mais humano e real à trama. Todos desejam atingir o sucesso, mas ninguém chega ao nível mais alto sem o apoio da família, amigos e pessoas que de alguma forma fazem a diferença em nossas vidas.

Direção: David F. Sandberg
Crítica: Shazam!
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