Deixei tudo por não saber deitar fora.
a ideia surgiu com o poema “Deixei atrás os erros do que fui” de Fernando Pessoa. o lixo como memória, própria ou de alguém desconhecido, do “vizinho”. onde guardamos as memórias? em casa, nas caixas, nos armários, nas gavetas. onde guardamos o lixo que não queremos deitar fora? nas gavetas. a gaveta sai do móvel, perde o uso que habitualmente lhe é dado e passa a ser um contentor expositivo. a gaveta passa a funcionar como caixa de memória que contém os objetos, também eles com outro propósito e função. cinco gavetas que funcionam como caixas de memórias, com um espaço próprio, intimo e introspectivo, relacionando-se com os diferentes objetos, com o “lixo” encontrado. cada caixa contém memórias, ou fragmentos de memórias, de diferentes momentos. assim, o espetador vagueia pelas minhas memórias, pelas memórias do “vizinho” e pelas suas próprias memórias.
no espaço.
Atelier II - Multimedia
Faculdade de Belas Artess da Universidade do Porto
June, 2021
