Canino-Acrílica

Enquanto ontem o céu permanece imóvel
Canino-preto vem rastejando em silêncio
Chovendo brilhantes estilhaços de cristais sanguíneos
Ele analisa o movimento, pára, observa...

Pelúcia-acrílica não esquece ascender à luz
Trincando o aço se desfaz de sonsa e dança sobre a labareda
Ela não quer ter interrupções, fala e fala
E explica e explica; ninguém nunca está ouvindo

Agora eles procuram se concentrar
Saber em que ponto é a hora de partir
E num momento distante seguinte
Tudo grita sorrisos abafados
De crianças escondidas em fúrias noturnas
Nada está evidente, não há provas
E ninguém sabe onde eu estou
Ninguém sabe que eu estou aqui

Canino se perde e encontra Acrílica
Ela não percebe e continua falando
E dançando sobre a labareda
Ele analisa o movimento; pára; observa, escuta...

Pelúcia se esvai para sempre, não entende Canino
E permanece imóvel, desfazendo-se
Em uma tremenda mentira
Pois que tudo foi esquecido
E ninguém sabe onde eu estou.
Ilustração feita com base no poema de Tarinã, tentando interpretar suas subjetividades e intimismo aplicados pelo autor.
Canino-Acrílica
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