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cartaz ativista: ouro, cheio de sangue.

"tudo isso não vai terminar bem para o mundo."

o garimpo e a mineração em terras indígenas são uma das malditas heranças da ditadura; a guerra dos povos indígenas contra o garimpo em seus territórios é longa e desigual - conta com apoio do governo brasileiro, aquele que deveria resguardar aos povos originários o seu direito à terra. a busca é principalmente pelo ouro. 

a cobiça pelo solo amazônico é fruto da mentalidade predadora do desenvolvimentismo; a exploração do subsolo arrasta consigo a destruição de rios e ecossistemas locais, inviabiliza os sistemas produtivos indígenas e degrada o solo permanentemente. o garimpo destrói a floresta de muitas maneiras, a destruição se pulveriza. 

a violência dos garimpeiros contra os indígenas se abate sob a forma de doenças, armamento letal e enfraquecimento dos órgãos de proteção. todos os dias, desde 10 de maio de 2021, a região Palimiú, terra indígena Yanomami, está sob ataque de tiros, bombas de gás e outras formas de intimidação, causadas por garimpeiros ilegais que pretendem explorar e degradar o solo amazônico da terra indígena. 

adultos e crianças indígenas não possuem nenhuma proteção ou apoio do governo - a própria Funai (Fundação Nacional do Índio) limitou sua ação em campo por causa da pandemia de COVID-19, e mesmo após ordem do STF para que o governo envie socorro, nada foi feito até o momento. 

só em 2020 já foram devastados permanentemente 500 campos de futebol dentro das terras Yanomami, e não existe nenhuma previsão de que isso vá ter um fim à vista. as palavras são de quem não está em paz na sua própria casa, Davi Kopenawa, e anunciam: "tudo isso não vai terminar bem para o mundo".
cartaz ativista: ouro, cheio de sangue.
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