“Ned Land correu para vidraça e exclamou:
-Que animal horroroso!
Olhei por minha vez e não pude reprimir um movimento de repulsa. Diante dos meus
olhos agitava-se horrendo monstro. Era um calamar de dimensões colossais, com
oito metros de comprimento. Avançava aos recuos, com grande velocidade em
direção ao “Nautilus”, que mirava com os seus enormes olhos fixos, de coloração
verde-mar. Os seus oito braços, ou antes os seus oito pés, implantados na cabeça, o
que deram a esses animais o nome de cefalópodes, tinham o dobro da dimensão do
corpo e contorciam-se como a cabeleira das Fúrias. Na face interna desses
tentáculos ,viam-se distintamente as duzentas e cinquenta ventosas com forma de
cápsulas semi-esféricas. Por vezes essas ventosas aderiam a vidraça do salão,
fazendo vácuo. A boca do monstro, um bico córneo semelhante ao bico de
papagaio, abria-se e fechava-se verticalmente. Sua língua, substância fibrosa,
armada com várias fileiras de dentes agudos, saía trêmula daquela verdadeira
guilhotina. Que fantasia da natureza! Um molusco com bico de ave! O corpo,
fusiforme e bojudo no meio, formava uma massa carnuda que devia pesar de vinte a
vinte e cinco mil quilos. A sua cor inconstante mudava com extrema rapidez,
conforme a irritação do animal, passando sucessivamente do cinza lívido ao vermelho
escuro.”
-Que animal horroroso!
Olhei por minha vez e não pude reprimir um movimento de repulsa. Diante dos meus
olhos agitava-se horrendo monstro. Era um calamar de dimensões colossais, com
oito metros de comprimento. Avançava aos recuos, com grande velocidade em
direção ao “Nautilus”, que mirava com os seus enormes olhos fixos, de coloração
verde-mar. Os seus oito braços, ou antes os seus oito pés, implantados na cabeça, o
que deram a esses animais o nome de cefalópodes, tinham o dobro da dimensão do
corpo e contorciam-se como a cabeleira das Fúrias. Na face interna desses
tentáculos ,viam-se distintamente as duzentas e cinquenta ventosas com forma de
cápsulas semi-esféricas. Por vezes essas ventosas aderiam a vidraça do salão,
fazendo vácuo. A boca do monstro, um bico córneo semelhante ao bico de
papagaio, abria-se e fechava-se verticalmente. Sua língua, substância fibrosa,
armada com várias fileiras de dentes agudos, saía trêmula daquela verdadeira
guilhotina. Que fantasia da natureza! Um molusco com bico de ave! O corpo,
fusiforme e bojudo no meio, formava uma massa carnuda que devia pesar de vinte a
vinte e cinco mil quilos. A sua cor inconstante mudava com extrema rapidez,
conforme a irritação do animal, passando sucessivamente do cinza lívido ao vermelho
escuro.”
Ilustração de página dupla desenvolvida para a aula de Ilustração Experimental - 2020.2, orientada pelo professor e ilustrador Daniel Bicho (https://www.instagram.com/bicho.daniel/) na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA-UFRJ).
A proposta era ilustrar o trecho acima, transmitindo as sensações descritas através de uma imagem produzida pelos alunos.
A proposta era ilustrar o trecho acima, transmitindo as sensações descritas através de uma imagem produzida pelos alunos.
Arte digital, 2835X2008px, 2021.
